sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Disposto

         A vasta escuridão da noite me envolvia em seu frio abraço. Deitado abaixo da lua com pensamentos a deriva, em minha plena solidão, eu não havia notado o luar. O frio não me incomodava mais. O meu coração estava cansado de dar cabimento ao azar. 
        Perdido em meu universo, em dialogo intimo, numa busca talvez existencial, foi ao ver a beleza daquela lua tão só, nua e crua que cresceu em mim um calor e percebi algo há muito tempo comigo. Algo além das ilusões do mundo sensível. Meu ser. Não eu, mas o ser. O âmago de minha alma, talvez. Assim, finalmente pude fazer as pazes com o caos.